Vénus de Milo, Deusa grega do Amor, era afinal frágil, apesar de ser ágil.
Vénus, Deusa nervosa, ficava em polvorosa quando atirava dotes e dotes de amor ao mortal e ao imortal. Oh, que letal! É verdade, nervosa a Deusa acalmava a incerteza da sua alma roendo as unhas! Ficava ansiosa e para se acalmar, as unhas não parava de ruminar.
Como é que tal foi descoberto? Foi a céu aberto.
Hermes, o Mensageiro, na Terra mijava e o coiso limpava (era tão limpinho o Mensageiro fofinho) quando viu cair-lhe na poça (de mijo) uma unha bem grossa. Quem se atreveria a tal ousadia? Em volta olhou e não vendo ninguém de si para si pensou “Não foi um mortal, foi um Deus que ousou”. Não era aquela a primeira vez (na verdade era a milésima) que tal acontecimento interrompeu o seu momento. Assim, agarrou na unha que na manga limpou (era porco afinal!) e em direcção ao Olimpo voou!
Hermes começou a procurar entre os Deuses, para as suas unhas começou a olhar, olhava tão fixamente, tão demoradamente, que nem Zeus escapou. Mas Zeus, perspicaz, exclamou “Hermes, se me olhas fixamente ainda me ponho a ler a tua mente!”. Hermes lá arreganhou “Senhor, perdoai, é que esta unha no meu mijo mil vezes poisou!” e lá a mostrou. Zeus, que tudo sabe, olhou e arrematou “É da Vénus de Milo, aquela Deusa desengonçada... não fora as mamas e não valia nada!”. Vénus que por ali passava ficou corada e a Zeus perguntou “Que mal fiz eu Deus meu?”, foi então que Hermes lhe mostrou. Corada, arreliada, suada a Deusa arrematou: “É minha a unha!”. E Hermes que afinal não era mau avisou “As unhas não roas, perde esse vício, olha que isso ainda dá em sacrifício!”.
Vénus incrédula exclamou “Não, meu coração, o meu vício parou da mesma maneira que começou. É assim que vai ser, vais ver!”
Mas Hermes que tinha bom coração ainda fez outra exclamação “Pelos Deuses, deixa a tua teimosia, olha que sem braços ainda vais ficar um dia!”
Ele avisou......